O que é disfagia e por que acontece?
A deglutição é uma função vital a todos os seres humanos, um processo altamente complexo e dinâmico de extrema importância para a nutrição do organismo.
Qualquer alteração nesse processo pode levar à disfagia, que é um distúrbio caracterizado pela dificuldade de engolir alimentos sólidos ou líquidos. Ela não é considerada uma doença, mas o sintoma ou a consequência de alguma condição clínica.
Neste artigo, vamos explicar o que é a disfagia em adultos e idosos, suas principais causas e as complicações que ela pode acarretar ao paciente. Entenda a seguir!
O que é disfagia?
A disfagia – ou dificuldade de deglutição – pode ser de dois tipos:
- Disfagia orofaríngea: uma condição que afeta a cavidade bucal e a faringe, causando dificuldade para engolir;
- Disfagia esofágica: condição caracterizada pela dificuldade de passagem do alimento depois do processo de deglutição.
Geralmente, os pacientes com disfagia relatam os seguintes sintomas:
- Desconforto na região da garganta;
- Dor ou incapacidade de engolir;
- Engasgos;
- Tosse;
- Regurgitação de líquidos pelo nariz;
- Aumento do tempo para alimentação;
- Alimento parado na boca.
Vale mencionar que a disfagia é mais comum em
pacientes com alguma doença neurológica e pode estar relacionada a várias causas. Entenda com mais detalhes a seguir!
Quais são as causas da disfagia?
A disfagia orofaríngea é mais frequente em idosos, seja por ser uma condição do próprio processo de envelhecimento ou por ser um sintoma muito comum em doenças neuromusculares e/ou neurodegenerativas, tais como:
- Doença de Parkinson;
- Doença de Alzheimer;
- Doença de Huntington;
- Acidente vascular cerebral (AVC);
- Paralisia cerebral;
- Esclerose múltipla.
Segundo um estudo relatado em artigo sobre disfagia orofaríngea, a condição acomete de 16% a 22% da população acima de 50 anos e apresenta outros dados como:
- 20% a 40% de pacientes que sofreram AVC apresentam disfagia;
- Em 55% dos casos de AVC com disfagia ocorre a aspiração (quando o alimento vai para os pulmões);
- 95% dos pacientes com doença de Parkinson são acometidos pela disfagia.
Além das condições neurológicas, a disfagia também pode ocorrer em pacientes com tumores ou traumas na região da boca e garganta.
No caso da disfagia esofágica, a condição pode estar relacionada a causas orgânicas ou funcionais, como:
- Alterações anatômicas;
- Tumor do esôfago;
- Estenose péptica;
- Esofagite eosinofílica;
- Divertículo de Zenker;
- Esclerodermia (doença inflamatória crônica);
- Acalasia (distúrbio de motilidade esofágica);
- Espasmo esofágico;
- Refluxo gastroesofágico.
Vale ressaltar que é muito importante investigar a causa que levou ao desenvolvimento da disfagia, para que o tratamento seja adequado.
O diagnóstico precoce é essencial, pois a disfagia pode levar a sérias complicações, como:
- Problemas nutricionais: o paciente deixa de se alimentar adequadamente, ocasionando desnutrição, desidratação e emagrecimento;
- Problemas pulmonares: o paciente pode sofrer aspiração, podendo acarretar pneumonias aspirativas, doenças pulmonares crônicas e inclusive morte;
- Problemas psicossociais: o paciente começa a deixar de frequentar ambientes ou eventos sociais, sofrendo constrangimentos, isolamento e prejuízos em sua qualidade de vida e bem-estar.
--
Portanto, em casos em que ocorre a disfagia, é fundamental procurar apoio profissional, consultar médicos de confiança e fazer uma avaliação específica com fonoaudiólogo. Assim, é possível realizar o tratamento mais adequado e oferecer mais qualidade de vida ao paciente.
Para tirar suas dúvidas sobre outras condições neurológicas, confira nossos artigos no blog!