O que é disfagia e por que acontece?

Funcionalitá • nov. 13, 2020

A deglutição é uma função vital a todos os seres humanos, um processo altamente complexo e dinâmico de extrema importância para a nutrição do organismo. 


Qualquer alteração nesse processo pode levar à disfagia, que é um distúrbio caracterizado pela dificuldade de engolir alimentos sólidos ou líquidos. Ela não é considerada uma doença, mas o sintoma ou a consequência de alguma condição clínica.


Neste artigo, vamos explicar o que é a disfagia em adultos e idosos, suas principais causas e as complicações que ela pode acarretar ao paciente. Entenda a seguir!

O que é disfagia?

A disfagia – ou dificuldade de deglutição – pode ser de dois tipos:

  • Disfagia orofaríngea: uma condição que afeta a cavidade bucal e a faringe, causando dificuldade para engolir;
  • Disfagia esofágica: condição caracterizada pela dificuldade de passagem do alimento depois do processo de deglutição.



Geralmente, os pacientes com disfagia relatam os seguintes sintomas:

  • Desconforto na região da garganta;
  • Dor ou incapacidade de engolir;
  • Engasgos;
  • Tosse;
  • Regurgitação de líquidos pelo nariz;
  • Aumento do tempo para alimentação; 
  • Alimento parado na boca.


Vale mencionar que a disfagia é mais comum em pacientes com alguma doença neurológica e pode estar relacionada a várias causas. Entenda com mais detalhes a seguir!

Quais são as causas da disfagia?

A disfagia orofaríngea é mais frequente em idosos, seja por ser uma condição do próprio processo de envelhecimento ou por ser um sintoma muito comum em doenças neuromusculares e/ou neurodegenerativas, tais como:

  • Doença de Parkinson;
  • Doença de Alzheimer;
  • Doença de Huntington;
  • Acidente vascular cerebral (AVC);
  • Paralisia cerebral;
  • Esclerose múltipla.



Segundo um estudo relatado em artigo sobre disfagia orofaríngea, a condição acomete de 16% a 22% da população acima de 50 anos e apresenta outros dados como:

  • 20% a 40% de pacientes que sofreram AVC apresentam disfagia;
  • Em 55% dos casos de AVC com disfagia ocorre a aspiração (quando o alimento vai para os pulmões);
  • 95% dos pacientes com doença de Parkinson são acometidos pela disfagia.


Além das condições neurológicas, a disfagia também pode ocorrer em pacientes com tumores ou traumas na região da boca e garganta.

No caso da disfagia esofágica, a condição pode estar relacionada a causas orgânicas ou funcionais, como:

  1. Alterações anatômicas;
  2. Tumor do esôfago;
  3. Estenose péptica;
  4. Esofagite eosinofílica;
  5. Divertículo de Zenker;
  6. Esclerodermia (doença inflamatória crônica);
  7. Acalasia (distúrbio de motilidade esofágica);
  8. Espasmo esofágico;
  9. Refluxo gastroesofágico.


Vale ressaltar que é muito importante investigar a causa que levou ao desenvolvimento da disfagia, para que o tratamento seja adequado. 

O diagnóstico precoce é essencial, pois a disfagia pode levar a sérias complicações, como:

  • Problemas nutricionais: o paciente deixa de se alimentar adequadamente, ocasionando desnutrição, desidratação e emagrecimento;
  • Problemas pulmonares: o paciente pode sofrer aspiração, podendo acarretar pneumonias aspirativas, doenças pulmonares crônicas e inclusive morte;
  • Problemas psicossociais: o paciente começa a deixar de frequentar ambientes ou eventos sociais, sofrendo constrangimentos, isolamento e prejuízos em sua qualidade de vida e bem-estar.


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Portanto, em casos em que ocorre a disfagia, é fundamental procurar apoio profissional, consultar médicos de confiança e fazer uma avaliação específica com fonoaudiólogo. Assim, é possível realizar o tratamento mais adequado e oferecer mais qualidade de vida ao paciente.

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