Dificuldade escolar e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
Funcionalitá • 28 de abril de 2020
Dra Clara Gontijo Camelo, pediatra e neurologista infantil, doutoranda em Ciências pela Universidade de São Paulo, neuropediatra na Funcionalitá.
O que é?
Vários fatores podem influenciar no processo do aprendizado. Entre eles a rotina dentro de casa, a escola, aspectos emocionais e sociais e também, aspectos neurofisiológicos. É necessário saber identificar aquelas crianças que têm dificuldade escolar secundárias a alterações neurofisiológicas como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dislexia, discalculia, transtornos do processamento auditivo central e deficiência intelectual.
O TDAH é um distúrbio neurobiológico que se caracteriza por desatenção, desassossego e impulsividade, sendo uma causa comum de dificuldade escolar. Os sinais e sintomas começam na infância e levam a prejuízo escolar e/ou social.
Causas
Estudos apontam a predisposição genética e a ocorrência de alterações nos neurotransmissores
(dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro como as principais causas do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Algumas pesquisas indicam que fatores ambientais
podem estar envolvidos, mas ainda não há consenso sobre o assunto.
Diagnóstico
O diagnóstico é exclusivamente clínico, isso é, não é necessária a realização de exames complementares. Os sintomas
ocorrem sempre na infância
e em pelo menos dois ambientes diferentes
(casa, escola, lazer, trabalhos), durante seis meses, no mínimo. Tais sintomas devem levar a prejuízo na performance e nos relacionamentos
nas mais diversas situações. O diagnóstico é frequentemente feito nos primeiros anos de vida escolar, quando se é esperado da criança mais atenção e adequação do comportamento ao ambiente.
Tratamento
O tratamento do TDAH segue duas linhas que se complementam: a psicoterapia
e a terapia medicamentosa. Existem vários medicamentos que são considerados de primeira linha para o tratamento de TDAH. Quando bem indicado o medicamento leva a bons resultados, porém deve ser feita adequação da dose e dos horários e observar a possibilidade de alguns efeitos colaterais. O neurologista infantil e o psiquiatra infantil
são os especialistas mais adequados para a condução das terapias medicamentosas em TDAH.