Como funciona o tratamento para demências?

Funcionalitá • set. 30, 2021

Os tratamentos para demências são importantes para  controlar os sintomas dos portadores dessas doenças, visando a qualidade de vida do paciente e seus cuidadores. Eles são mais efetivos quando iniciados em seus primeiros estágios. Logo, é preciso ficar atento aos sinais e procurar uma avaliação médica especializada. Destacamos que o número de pessoas com demência tem aumentado nos últimos anos.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem cerca de 50 milhões de pessoas com demência ao redor do mundo. O órgão estima que os casos podem alcançar o número de 82 milhões em 2030.


No Brasil, um estudo recente mostrou que as taxas de demência na população variam de 5,1% a 17,5%, sendo a Doença de Alzheimer a mais frequente delas.


Confira a seguir quais são os tratamentos para demência e os diferentes tipos da psicopatologia!


Como funciona o tratamento para demências?


O tratamento para demências inclui a administração de medicamentos que atuam aumentando alguns neurotransmissores no cérebro, como acetilcolina, serotonina e noradrenalina. Também há benefícios relacionados a sintomas neuropsiquiátricos da doença, como ansiedade,  depressão e insônia.


No entanto, este uso varia conforme o tipo de demência, pois algumas delas podem ter seus efeitos agravados pelo uso de certas substâncias, como é o caso da Doença de Parkinson e da Demência de Corpos de Lewy. Por exemplo, o uso de antipsicóticos nessas duas doenças  podem piorar os sintomas parkinsonianos e também o quadro cognitivo.


Um ponto fundamental do tratamento para demências é realizado por intervenções não farmacológicas que ajudam na reabilitação cognitiva dos pacientes. Elas são realizadas por meio de estratégias de compensação, isto é, estímulo das regiões não afetadas, exercícios de aprendizagem e conscientização. 


Também envolve a psicoeducação da família e cuidadores para lidar com algumas dificuldades que podem estar presentes no convívio, como agressividade, agitação, irritabilidade, etc. 


Este tipo de tratamento, quando realizado com frequência e iniciado no começo da doença, costuma apresentar bons resultados. Isto proporciona mais autonomia ao paciente e melhora significativamente sua qualidade de vida.


Os principais tipos de demência


  • Doença de Alzheimer: é a forma mais comum de demência. Trata-se de uma doença progressiva e degenerativa que atinge o cérebro. O depósito das proteínas beta-amilóide e emaranhados neurofibrilares levam a atrofia progressiva do cérebro. Assim, há um declínio de certas funções e atividades mentais, como memória, raciocínio e linguagem;


  • Demência Vascular: causada por problemas de circulação do sangue no cérebro. Ela pode se  manifestar como pequenos acidentes vasculares isquêmicos silenciosos ou até mesmo hemorrágicos. A manifestação clínica pode ser semelhantes ao da Doença de Alzheimer; 


  • Demência de Corpos de Lewy: causada pelo  depósito de proteínas anormais no cérebro, denominadas Corpos de Lewy. Estes corpos também causam a morte dos s neurônios resultando na declínio cognitivo;   


  • Demência na Doença de Parkinson: nas fases mais avançadas da Doença de Parkinson é possível surgir um quadro de demência, causado pelas mesmas alterações fisiológicas que comprometem as funções motoras. 


  • Demência Frontotemporal (DFT): ocorre quando há a degeneração dos lobos frontais e temporais. Estima-se que 50% das pessoas com DFT possuem histórico familiar da doença. Essa doença costuma acometer uma faixa etária mais jovem que a Doença de Alzheimer.


As demências e os sintomas neuropsiquiátricos 


  • Agitação e agressividade: a pessoa fica andando pela casa inquieta e fala mais do que o normal. Apresenta um comportamento agressivo verbal e/ou físico por conta de situações simples. Uma boa dica para lidar com esses sintomas é não confrontar a pessoa nem revidar qualquer tipo de agressão;


  • Apatia: este sintoma se manifesta como um distanciamento do mundo. A pessoa não reage aos estímulos, fica muito tempo sem falar e deixa de pedir água e/ou comida por períodos consideráveis. Para tratar esse aspecto você pode convidar o paciente para atividades participativas, fazer caminhadas ou para conversar com alguém conhecido; 


  • Insônia: o paciente pode apresentar dificuldade para dormir, se debater durante o sono e ter pesadelos. Por segurança, evite que ele durma na parte da tarde e estimule que faça exercícios físicos e tome sol pela manhã;


  • Alucinação: As mais comuns são as visuais em que a pessoa vê objetos ou figuras que não estão ali, como animais, pessoas, etc. Também podem ocorrer alucinações auditivas. Não discorde do paciente, mas também não “entre” na ilusão ou devaneio. Você pode levá-lo para outro cômodo e fazer atividades que distraiam a sua atenção.


Como reduzir a chance de desenvolver demência no futuro


Para prevenir a chance de desenvolver demência no futuro, é preciso evitar alguns hábitos e tomar determinadas medidas. Veja a seguir o que deve ser feito:


  • Diminuir a exposição à poluição do ar; 
  • Não ingerir bebidas alcoólicas em excesso;
  • Não fumar, nem se expor ao fumo passivo do tabaco;
  • Ter um sono de qualidade;
  • Se manter em um peso saudável, de preferência com um Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 25;
  • Manter o nível de açúcar no sangue dentro do recomendado;
  • Manter as atividades mentais ativas por meio de leitura e aprendizado;
  • Não utilizar medicamentos para demência como medida de prevenção;
  • Administrar os níveis de estresse;
  • Não fazer terapia de reposição de estrogênio na pós-menopausa, salvo em casos de menopausa precoce ou perimenopausa;
  • Realizar acompanhamento médico regular para verificar a fibrilação atrial (frequência cardíaca acelerada e irregular);
  • Tratar a hipotensão ortostática, manifestada pela sensação frequente de tontura ao se levantar;
  • Observar a perda auditiva ao longo da vida e adotar um aparelho auditivo se preciso, pois a perda da audição está ligada a danos na parte do cérebro responsável pela memória.


As demências são doenças que não afetam apenas o paciente, mas também as pessoas 

à sua volta. Afinal, é preciso se adaptar a uma nova rotina para promover os cuidados necessários e que visem o bem-estar do acometido pela condição.


Neste sentido, o tratamento adequado e o acompanhamento médico são essenciais, tanto para a estabilização dos sintomas do paciente como para a orientação dos familiares e pessoas próximas. Por isso, caso alguma pessoa de seu convívio esteja passando por isso, não deixe de pedir ajuda!


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