O que é epilepsia e por que acontece?

Funcionalitá • out. 07, 2020

A epilepsia é um distúrbio neurológico caracterizado por uma predisposição do cérebro a ter crises epilépticas repetidas vezes em intervalos variáveis. Essa condição é bastante comum, acometendo principalmente crianças e idosos.


Neste artigo, vamos explicar o que é epilepsia, os principais sintomas e as possíveis causas dessa condição. Entenda a seguir!

O que é epilepsia?

A epilepsia é uma alteração do funcionamento do cérebro, que se manifesta pelas crises epilépticas. Essas crises consistem em uma descarga anormal das células cerebrais – os neurônios, fazendo  o cérebro emitir sinais inadequados.



Para ser diagnosticado com epilepsia, o paciente deve apresentar algum dos três quadros seguintes:

  • crises epilépticas mais de duas vezes, separadas por um intervalo de 24 horas;
  • uma crise, com probabilidade maior de 60% de apresentar uma segunda crise em 10 anos;
  • uma síndrome epiléptica bem definida.


As crises epilépticas podem ser classificadas em dois tipos:

  • Crise focal ou parcial: ocorre quando a descarga anormal de neurônios se restringe a uma área do cérebro. Geralmente, o paciente não tem perda de consciência e pode ou não apresentar abalos motores.
  • Crise generalizada: ocorre quando a descarga se espalha para todo o cérebro, acarretando perda de consciência. São exemplos a crise de convulsão e a crise de ausência.

Aqui, é importante ressaltar que epilepsia e convulsão não são a mesma coisa. A convulsão é um tipo de crise epiléptica que cursa com abalos motores e, para que a condição seja considerada epilepsia, deve haver a repetição das crises. Além disso, nem toda crise epiléptica é convulsiva.

Quais os sinais e sintomas?

A epilepsia pode se manifestar de diferentes formas, e os sinais e sintomas variam conforme o tipo de crise.


No caso da crise convulsiva, também chamada de crise tônico-clônica, há sintomas como:

  • contração involuntária da musculatura;
  • corpo rígido;
  • movimentos desordenados;
  • tremores e contração dos membros;
  • perda de consciência;
  • perda de esfíncter (urinário e fecal);
  • mordedura da língua;
  • salivação excessiva.


Já na crise de ausência, o paciente manifesta uma espécie de desligamento, apresentando sintomas como:

  • olhar fixo;
  • perda de contato com o seu meio;
  • às vezes movimentos automáticos.


Vale mencionar que, quando uma crise epiléptica é acompanhada de perda de consciência, o paciente pode apresentar, depois do episódio, sensação de confusão e déficit de memória.



Além disso, crises com mais de 30 minutos de duração sem retorno da consciência podem ser bastante graves, chegando a afetar as funções cerebrais do paciente.

Quais as causas da epilepsia?

Existem diversas causas possíveis para o desenvolvimento da epilepsia. Normalmente, a condição é um sinal clínico de que o paciente tem alguma outra alteração, seja genética, seja na estrutura do cérebro.



Nesse sentido, a causa da epilepsia pode estar relacionada a outras condições de saúde como:

  • AVC (acidente vascular cerebral);
  • tumores cerebrais;
  • traumatismos cranianos;
  • nascimento prematuro;
  • anóxia neonatal (falta de oxigênio no cérebro durante o parto);
  • problemas de metabolismo desde o nascimento;
  • malformação congênita, como hidrocefalia;
  • traumas no parto.


Em relação à causa genética, o paciente pode desenvolver a epilepsia simplesmente por predisposição, mesmo que não apresente nenhum problema estrutural no cérebro e nenhum familiar com epilepsia. 


Também vale mencionar que, para a investigação da causa da epilepsia, a idade é um fator importante. Em adultos, por exemplo, as causas tendem a ser os traumatismos, tumores cerebrais e AVC.


Já em crianças, as causas estão mais frequentemente relacionadas a condições do neurodesenvolvimento, problemas no período neonatal e predisposição genética.


Independente da causa, a epilepsia tem tratamento. Medicações antiepilépticas são utilizadas para o controle da frequência de crises. Alguns casos podem ser considerados curados após um tempo de tratamento e acompanhamento. Já em casos mais graves, nas chamadas epilepsias refratárias, outras opções de tratamento são disponíveis, como cirurgias.


Por fim, em caso de algum sinal ou suspeita, lembre-se de que é fundamental consultar um especialista para obter o diagnóstico correto e o tratamento mais adequado. Para mais informações sobre condições neurológicas, acompanhe a nossa Central Educativa!

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