Indicação para o uso de cadeira de rodas? Leia isso antes!

Funcionalitá • jul. 13, 2021

Muitas doenças ou acidentes podem atingir a funcionalidade do corpo e tornar necessário o uso da cadeira de rodas.


O equipamento pode ser utilizado de forma permanente, como em casos de sequelas de lesões medulares completas, ou de forma provisória, como no caso de pacientes que passam por cirurgias ou fraturas de membros  inferiores ou que necessitem do auxílio de um equipamento para percorrer longas distâncias. 


Vale ressaltar que em todos os casos a cadeira tem o mesmo objetivo: proporcionar mobilidade, posicionamento e funcionalidade para a realização das atividades diárias do indivíduo.


Por esse motivo, a indicação para o uso da cadeira de rodas deve ser feita com responsabilidade e atenção às necessidades específicas do paciente.

Quando é indicado o uso de cadeira de rodas?

A cadeira de rodas faz parte dos equipamentos de tecnologia assistiva, servindo de suporte para o alcance máximo da funcionalidade do paciente em relação à sua condição atual.


O primeiro ponto que precisamos destacar é que a indicação do uso da cadeira de rodas deve ser feita por um profissional especializado. Isso porque a indicação incorreta ou a aquisição do equipamento sem a consultoria de um profissional especialista poderá interferir negativamente na realização das funções do dia a dia, pois o uso do equipamento errado pode ocasionar desconforto, limitações funcionais e redução na qualidade de vida do indivíduo.


A indicação da cadeira de rodas deve ser feita sempre que o indivíduo tiver dificuldade de locomoção, ou seja, quando não estiver conseguindo caminhar, seja por necessidade ortopédica, neurológica, perceptual, sensorial, bem como na redução desta mobilidade, por causa da idade avançada (indivíduo idoso). 


O importante é que a função de mobilidade não seja afetada por nenhum dos problemas citados e que o indivíduo mantenha sua autonomia nas tarefas diárias com auxílio do equipamento sempre que possível.


Portanto, é essencial que o profissional entenda as necessidades do indivíduo, para que consiga indicar o uso da cadeira de rodas de forma adequada.

Como é feita a indicação?

Diante dos inúmeros cenários em que o uso da cadeira de rodas pode ser útil, a indicação deve ser feita seguindo um fluxo como este:



  1. encaminhamento: sempre que o profissional identificar que o paciente está com limitações na sua marcha, ou seja, na realização da sua mobilidade funcional, é necessário que seja solicitada uma avaliação para indicação do produto que promova o posicionamento correto, funcionalidade,  conforto e segurança que  ele necessita;
  2. avaliação: o profissional irá avaliar todos os aspectos pessoais, funcionais, físicos, cognitivo, sociais e de lazer, considerando o diagnóstico e as demandas individuais do paciente para indicar o melhor equipamento para uso diário;
  3. alternativas: depois da avaliação, é importante buscar as alternativas que mais se encaixam no caso, trazendo as propostas ao paciente, familiares e cuidadores, além de outros profissionais envolvidos;
  4. viabilização: depois de definida a melhor alternativa, é feita a prescrição do equipamento que deve ser adquirido. Neste momento, também pode ser sugerido o uso de equipamentos que favoreçam maior suporte postural, como almofadas, encostos, suportes de tronco de cabeça e cintos para manutenção da boa postura e funcionalidade;
  5. testes e treinos: após a compra do equipamento, é necessário testar o equipamento e realizar o treinamento para uso deste acompanhado pelo especialista. Durante o teste, o profissional pode identificar a necessidade de acoplar  recursos de adequação postural para que a pessoa sinta segurança e conforto no uso da cadeira de rodas;
  6. acompanhamento: esta é a parte final do processo, o profissional responsável deve fornecer os reajustes necessários para a situação do paciente ou prescrever outros equipamentos auxiliares. Não podemos esquecer que as reavaliações são necessárias para o acompanhamento e manutenção da postura funcional ao utilizar a cadeira de rodas.

 

Caso esse fluxo não seja respeitado, é provável que a escolha do equipamento   dificulte a realização de atividades básicas, pois o indivíduo pode adquirir um equipamento inadequado para sua necessidade.

O que deve ser levado em conta na escolha do equipamento?

Diante das necessidades funcionais e específicas de cada indivíduo, é preciso atenção.


Após a avaliação, o profissional pode indicar uma nova cadeira de rodas. Mas, muitas vezes, é possível manter a já existente e apenas alterar o seu sistema de posicionamento para um mais personalizado, que ofereça suporte postural. Com isso o paciente pode alcançar mais conforto e segurança, função e prevenir  deformidades e lesões por pressão causadas pela má distribuição do peso e postura inadequada.


Contudo, é preciso estar atento às configurações de uma cadeira de rodas, e levar em consideração:



  • medidas: necessário verificar as medidas do paciente, levando em consideração a largura do quadril, profundidade do assento, altura do encosto, entre outras,  para personalizar o equipamento para suas necessidades; 
  • posicionamento: sugerir equipamentos para suporte postural sempre que necessário para facilitar a manutenção da postura e realização das funções; 
  • ambiente: importante avaliar em qual ambiente será utilizada a cadeira evitando problemas arquitetônicos ou limitações que o equipamento pode provocar ao paciente, caso não seja levado em consideração os ambientes que o paciente frequenta;
  • funcionalidade: quais atividades o paciente realiza na cadeira de rodas e como as realiza para que a escolha do equipamento não o limite nas suas tarefas diárias.

Procure um especialista

No Instituto  Funcionalitá,  você pode contar com uma equipe multidisciplinar, composta por especialistas em prescrição de tecnologias assistivas, como a cadeira de rodas, e adequação postural. 


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